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 rodeio sem freio a  memória sem arte odeio meu feio, meu peito se parte tentando alcançar lembrança do flerte recaio na lama, meu corpo inerte quando questiono se assim me divirto percebo entrelinha que até me advirto caço regozijo, a beleza da rima, a sorte laço apenas vestígios, têm cheiro morte quando este eu se mutila e surta agradeço ao fato de a vida ser curta
senti tua falta, caraio falta um R no meu teclado que toda vez que aparece, é purra prressão pefio mais do que nada queia um rrrrrrrrr de vedade
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cheguei ao fim do posso?
só brota quando dói transborda quando expõe tantos afetos falsos, as caras vazias de alma carnes torneadas e flácidas na luta por sobreexistir hoje eu fiz um amigo. ele chamava Deus. me contou sobre quão horrível é existir só na mente dos que não pensam e chorou. pó.
deixa, deixa fluir virar memória, foto antiga no telefone e, com sorte, sorrisinho brotando na boca. saudade É  recompensa
acolhemos a feiúra, com afeto e abraços. alimentamos, perfumamos. nos dias difíceis, pintamo-lhe a cara só para exibir aos outros como merecido Amor. por fora sorri o Amor escrito na testa "você me fez assim" por dentro ansia a beleza que não chega, não basta, nunca foi.
fala tanto que, quando pára, mal percebe o baque oco de sua carência trincando minha calçada pego com cuidado - essa dor também me pertence. sinto pena de nós, trombando os ombros em busca das migalhas que nunca alimentarão.
grito mudo peço tanto que me apague o engole em seco o tremor das janelas o horror da solidão
queria rasgar, virar do avesso só pra te encontrar de novo te enterrei em mim e não mais me encontro.
eu tenho tudo. tudo. morro de saudade de quando nada era certo
abstinência programada do olhar, do querer do estar saudade daquela que, dengosa se faz tua quero mais, quero você.
a essência distancia da aparência aproximando-se mais do silêncio se pensa ser, logo não é. silencia mesmo em companhia. de medo do outro em si, sobe parede: tecendo, como consequência, a falência natural da constância. https://t.co/ AAS9zMKuoM
as palavras me provocam. disfarçam-se de pensamento e coçam, coçam, como zombeteiro, como urtiga leve e gostosa coçam até machucar não sei se eu que as invento ou alguém dentro de mim toma posse, prestes a (sempre) sair do casulo mas nunca sai não há pensamento ou palavra que baste
as palavras tomam conta disfarçadas de pensamento penso, escrevo, falo ou sinto? minto, bebo, calo e pinto.
no prende ou desprende aprendo que só vale se prender nos braços de um amor abro os meus e pulo no (a) mar
corredor humano no entorno de um proteção do corpo físico, frágil, velho como quem cultiva a esperança de um dia que nunca existirá
a vida. droga alucinante delirante, excitante cheia de altos e baixos ciclos de bads e êxtases. dos começos e fins de amores e dores, confesso: sou uma adicta irremediável
tempo escorre lento na calada noite que me envolve mansa e envenena de  jasmim
aquele que sempre existiu antes do meu RG se enoja pelo vil mas se encanta por você se soubesses quanta dor eu supero só pra ter mais uma mentira de amor tanta batalha a vencer por quem mente pra si mesmo sobre estar perto da luz quando negro é o teu peito: só o poder o seduz

pandinha

pulo naquele espaço e, mansinha te peço que não perca o viço, cheirando seu pescoço, beijando o entorno do buço. você me vê. caio, de novo, abismo sem fim na noite enluarada. não há melhor canto no mundo, sou e me sinto amada. pela tempestade passo, a dor do passado cesso. resultado de tudo isso: agora eu sinto que posso amar sem presas no pulso.
certa feita lhe disseram que o amor curava tudo feito certo lhe tiraram tudo que o amor curou
borbulha em mim o que em você me falta o afeto, o fato, a foto de vocês dois cujo olhar evidencia "quero você"
fermentar o rancor no estômago até embrulhar azedar, expelir, corroer. pra nunca mais esquecer que amor é fácil ofertar mas poucos sabem receber.
e foi assim que parti: pra repartir com quem merece o que você partiu em dois
temo o que não temos.
dentro de mim tudo se encontra milimetricamente esculhambado
fecho os olhos e lembro do cheiro da chuva o barulho das crianças na piscina sorriso bobo na cara admirando a cor de barro nos pés depois do nosso primeiro beijo - vem almoçar! - gritava a vó queria não. deixa eu aqui, sorrindo pros meus pés.
Av. Paulista, sua golpista com seus patos e sapos me maltrata e conquista com sua gente diferente gays, cidadão de bem, refém a gente se sente único e um só
quase não reconheci um ex amor na rua.  havia algo de familiar, mas o olhar nada assemelhava com vulcão o que um dia conheci. num relance, fitou meus olhos, e, como quem escapa, evadiu-se de mim, em susto. voltou não mais o mesmo: olhar é a luz que atravessa os olhos
rei das minhas vontades, prometo falhar, outras e muitas vezes. nem sempre perceptível, mas certeiro: sonharei, errarei e aprenderei. rainha das minhas inspirações, prometo também resistir.  diante do jardim das infinitas possibilidades, semear, regar e tempo em tempo, carregar-me todinha de Amor. ö
Não é mais sobre você. Pois sob você que cedi a munição e perdi, acuada, mais uma batalha do Amor. Hoje não sou mais refém. Só atira lágrimas um coração que não bate bem.

te amo

minha palavra é o todo catavento ao sol rio correndo sangue na estrada. minha palavra não tem ponta mas aponta nas curvas que não tem dono estremece os olhos de quem me desdenha essa palavra não se perde arruma, se arruma pra você minha palavra é Amor.

fui, sou e sereia

na rede dos teus braços me encalhei, toda sereia. nesse imenso oceano me rendi, me perdi e esqueci que sabia nadar.
se pontuo, você some. elogio tuas ações no compasso do relógio: injustas ou cruéis, todas podem, você pode. passo pano, de mansinho esperando que você reconheça, apareça, não me esqueça.
tudo se foi, meu bem. o viço, a vontade, o argumento. todos aqueles que eu inventava pra te manter por perto. acontece que hoje nem vontade de argumentar, dá. já tem 15 dias e minha boca queima, o coração engana e daí? cadê você que nunca esteve?
antigamente nós precisamos hoje, não precisávamos mais

amar

Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados, amar? Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar? amar o que o mar traz à praia, o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia? Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amar o inóspito, o cru, um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta, distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas, doação ilimitada a uma completa ingratidão, e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor. Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita. Carlos Drummond de Andrade, no livro “Claro enigma”. 1951.

O rio

Ser como o rio que deflui Silencioso dentro da noite. Não temer as trevas da noite. Se há estrelas no céu, refleti-las. E se os céus se pejam de nuvens, Como o rio as nuvens são água, Refleti-las também sem mágoa Nas profundidades tranqüilas. (Manuel Bandeira)

.: copycat :.

o que eu excluí de mim que mora em você? por que tua existência insiste em me apontar o que não sou? não avanço, só cedo. não temo, só dôo. e caminho, pendente.
a gente perdeu tempo ou o tempo se perdeu da gente?
pira chora de amor no meio da gira

saudade

saudade é a memória que escapa pro momento presente mas nunca materializa, só faz sentir

.:nós:.

um nada incrementado o bolo confeitado de plástica aparência tua pontual ausência paisagem no retrovisor
Salve-se quem quiser, perca-se quem puder! -- Paulo Leminski
O que não tenho e desejo É que melhor me enriquece. Tive uns dinheiros — perdi-os… Tive amores — esqueci-os. Mas no maior desespero Rezei: ganhei essa prece. Vi terras da minha terra. Por outras terras andei. Mas o que ficou marcado No meu olhar fatigado Foram terras que inventei. Gosto muito de crianças: Não tive um filho de meu. Um filho!… Não foi de jeito… Mas trago dentro do peito Meu filho que não nasceu. Criou-me, desde eu menino Para arquiteto meu pai. Foi-se-me um dia a saúde… Fiz-me arquiteto? Não pude! Sou poeta menor, perdoai! Não faço versos de guerra. Não faço porque não sei. Mas num torpedo-suicida Darei de bom grado a vida Na luta em que não lutei! Manuel Bandeira
O mundo inteiro é um palco E todos os homens e mulheres não passam de meros atores Eles entram e saem de cena E cada um no seu tempo representa diversos papéis. William Shakespeare

.: perdão :.

há quem diga que o perdão é só uma grande perda

.: reboco :.

nada permanece tudo vira pó mas pensa que, por milagre do Amor tudo que acaba, um dia existiu. cada vez que um átomo se conecta. cada vez que uma célula, define, junto a outra, o papel perfeito, está fazendo Amor. Que do pó nasça a Vontade de, por um segundo-infinito, Manifestar. Para ser Vivo e Presente, basta não estar m orto . Respira, olha em volta e vê q ue no templo Sagrado da Vida, de Amor é o reboco

.: (re)fluxos:.

Jamais ( só ) da boca pra fora Apenas da alma pra dentro

.:: confronto :.

não sei se estou no céu ou no inverno
Em primeiro lugar, não se desespere e em caso de agitação não siga as regras que o furacão quererá lhe impor.   Refugie-se em casa e feche as trancas quando todos os seus estiverem a salvo.   Compartilhe o mate e a conversa com os companheiros, os beijos furtivos e as noites clandestinas com quem lhe assegure ternura.   Não deixe que a estupidez se imponha.   Defenda-se.   Contra a estética, ética.   Esteja sempre atento.   Não lhes bastará empobrecê-lo, e quererão subjugá-lo com sua própria tristeza.   Ria ostensivamente.   Tire sarro: a direita é mal comida.   Será imprescindível jantar juntos a cada dia até que a tormenta passe.   São coisas simples, mas nem por isso menos eficazes.   Diga para o lado bom dia, por favor e obrigado.   E tomar no cu quando o solicitem de cima.   Dê tudo o que tiver, mas nunca sozinho.   Eles sabem como emboscá-lo na solidão desprevenida de uma tarde.   Lembre que os artistas serão sempre nossos.   E o esquecimento será feroz com o bando de impostore

.: eu te amo :.

não quero que passe vem, me ultrapasse.

.: eparrei :.

quando o medo silencia, o vento me acaricia. brinco com as palavras, o corpo relaxa, se encaixa no mundo a tensão passa, atenção me respira. lembro de você e percebo o coração bater relembro quem sou, q ue não preciso Temer o Amor está aqui. ele sou eu e ele é você. como pude me esquecer?

.: dia dos pais::.

Quando eu era criança a gente fazia cinzeiros de argila pros pais. Hoje basta acender um cigarro que somos SODOMIZADOS por olhares

.: abuso :.

quem tudo quer, nada tem. o usufruir é eterno. o abusar, apenas uma vez pra nunca mais

.:: Po(her)esia ::.

E desde quando Escrever poesia É só Quebrar Frases?
se tocam Kenny G  enquanto me tocam não catam meu ponto G

.: passado :.

o passado interessa apenas para abrigar os (me)moráveis passou mais tempo pensando em como deveria se sentir do que sentindo

.: morte-vida :.

a poesia me matou a poesia me curará

.: rigor :.

austeridade só fica bonita como um traje de ocasião, útil apenas em momentos bem específicos

_o_

"é só abrir", disse o coração.

.: vem :.

delícia é saber que nesse exato momento você sabe que estou pensando em você, mais uma vez. feliz de sentir que também está pensando e mim, ciente e contente de que somos e sempre seremos isso: sonhos, pensamentos, desejos... amores pré-sintonizados, recriando o universo de uma forma única. pequenos e imensos prazeres acompanhados de bons vinhos, baforadas e sorrisos cúmplices, abobalhados. me explica por que é tão forte, que eu te mostro que é verdade

.: se vira :.

vir a ser adulto vira ser, adulto.

.: desobrigação :.

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acolher com prazer e dedicação as pessoas sinceras e de boa vontade, sobreviventes inocentes do amor e do agora,   e estas são bastante para não perdermos tempo correndo atrás dos que nos voltam às costas por motivos fúteis, de amor próprio ou de inveja

.: livre :.

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no meio da escuridão, a mensagem daquele que sempre sabe quem tô: "Toma este vídeo: Pranto Livre. É da Elza." mal cliquei e me vi chovendo. começou garoa de verão e virou tempestade. pancadas de chuva. em cada trovoada uma dor, uma rajada de culpa. em cada gota, as sujeiras dos cantinhos deste coração partido. "Não há notícia ruim que não acompanhe um certo alívio" sussurrou-me aquela voz. com gosto salgado nos lábios, sorrio ao perceber que sou feita de amor, o melhor tempero paras palavras que virão da minha boca. chora, desabafa teu peito, chora, você tem o direito se tratando de amor, qualquer um pode chorar não se envergonhe do pranto, que é privilégio de quem sabe amar quem não teve amor nunca sofreu, e desconhece o que é agonia abra o peito e deixe o pranto livre como eu. ah, desabafe a melancolia

.: pinóquio :.

finge que não, mas mente, com a convicção cirúrgica necessária para convencer qualquer coração idiota como o meu, sedento por qualquer (in)verdade. Enxergo a cada dia meus erros e incompletudes, mas isso não muda nada: te enterro de novo, de novo, e de novo; quase todos os dias. e te vejo renascer forte, a própria morte da própria inexistência

.: como pôde? :.

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madrugou e minha alma fica alerta, procurando teu sinal. nossos horários sempre foram outros, os nossos. vontade de cantar toda bestinha, celebrando o universo que mora nos teus olhos; sonhando em me banhar no perfume daquele espacinho atrás da tua orelha, que já nasceu deixando saudade. a música anestesia como goles de marasmo, e me joga novamente na encruzilhada do querer: devemos seguir a verdade do coração, ou ceder ao medo fingindo em trocas de migalhas? sinto escorrer no rosto a pergunta que ainda me acorda no meio da noite: como pôde?

.: desterro :.

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em 2001 abri este espaço com a rudimentar consciência de que, por meio da escrita, de alguma forma, eu me encontraria. Tive periodicidade na escrita de um "diário" por poucos anos, e a maior parte das publicações que fiz foram apagadas ou rascunhadas ao longo dos anos, por "vergonha alheia" daquela do passado, pelo receio da super-exposição e principalmente por não comunicar mais o que acho importante ser registrado. mas eu ainda estava aqui. inhaí que os anos passaram e nesse mundo de ilusões - onde a gente projeta tudo que acontece com base nos acontecimentos externos -, o finado Orkut, facebook e as redes sociais todas seduziram-me, ocupando o tempo que antes eu aqui investia. o propósito de estar aqui, 15 anos depois, é conciliar a disciplina dos meus estudos diários, com reflexões e aprendizados. Também é exercitar a percepção da clareza, sem receio de expor minha "verdadeira" opinião momentânea, e com muita sorte, atrair pensamentos que venham a

.: verdade :.

"Tenho a impressão de ter sido uma criança brincando à beira-mar, divertindo-me em descobrir uma pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita que as outras, enquanto o imenso oceano da verdade continua misterioso diante de meus olhos”. (Isaac Newton)

:: kundalini ::

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:: receita ::

pernas para o ar em grama de sol imenso. beijos com risinhos broncas com carinho o agora e você pelo menos três vezes ao dia.

.: amor :.

Amo-te quanto em largo, alto e profundo Minh'alma alcança quando, transportada, Sente, alongando os olhos deste mundo, Os fins do Ser, a Graça entressonhada. Amo-te em cada dia, hora e segundo: A luz do sol, na noite sossegada. E é tão pura a paixão de que me inundo Quanto o pudor dos que não pedem nada. Amo-te com o doer das velhas penas; Com sorrisos, com lágrimas de prece, E a fé da minha infância, ingênua e forte. Amo-te até nas coisas mais pequenas. Por toda a vida. E, assim Deus o quisesse, Ainda mais te amarei depois da morte." Elizabeth Barrett Browning (tradução de Manuel Bandeira)

.: o mal :.

“o mal é a falta de empatia. o mal são os olhos cegos e os ouvidos moucos. o mal é a desatenção e o autocentramento. o mal é aquilo que sinceramente não me ocorre, que realmente não enxerguei, que juro que não ouvi, que não sei como fui esquecer.” Alex Castro

.: encasulada :.

dentro do casulo negro, minúsculo, sem mobilidade, visibilidade, sem ar. não moro mais em mim, não aguento não-ser, por mais um dia. deu no face que o vácuo tem mais força que tudo, até do que a própria força. algo disse que por isso, lá fora só podia ser melhor. explodo em fúria, abro o peito e a espinha. abro os braços para, talvez, romper a casca. desfaço um pouco contra a parede, e depois de insistir, desfaço também com ela. sinto que já não era mais só eu. só que do vão lá de fora, não vem o que esperava. demonstro tentativa de estancamanto, mas não tem nada de ação, não passa de ideia. lama negra, viscosa, tóxica é o que me rodeia, continua entrando no buraco que tento tapar casualmente, fechando os olhos. deu no face que o vácuo tem mais força que tudo. que a massa não tá com nada, só vale se tiver molho vermelho. e não é o da ideologia. com o passar do tempo, aprendi a mentir que talvez sempre tenha sido assim.

.: o mundo é seu espelho :.

Quando sair dessa casca, meu bem, saberá que os outros são a imagem refletida da mentira que você carrega. Mude, e seu mundo mudará. Possuir-se e render-se ao mesmo tempo. Conhecer-se e dominar-se.

.: somos um :.

Não é possível que a vida seja só o cínico shuffle de acontecimentos, sem conexão ou propósito.  Ai...  E aí que PAPOFT! Fez-se o estrondo. A danada da explosão foi tão grande que até hoje as pedrinhas estão rolando a milhão pelo universo afora, ad infinitum . E nessa poeira cósmica mora um bonito buraco negro chamado Sagittarius A, que arrasta e organiza pelo menos duzentas bilhões de estrelas, o Sol, a Terra, você e eu. E as histórias se aglutinam ou rasgam na puidez da colcha de retalhos, e eu não sei bem se quando enterro o que fez mal, acabo também enterrando a mim. 13 LÍNEAS PARA VIVIR GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ 1. Te quiero no por quien eres, sino por quien soy cuando estoy contigo. 2. Ninguna persona merece tus lágrimas, y quien se las merezca no te hará llorar. 3. Sólo porque alguien no te ame como tú quieres, no significa que no te ame con todo su ser. 4. Un verdadero amigo es quien

.: carruagem :.

mais um domingo insone, como de praxe. o cigarro, eu e ocasionalmente você, nessas letras malucas que não precisam fazer sentido, até porque nunca foi esse o objetivo. engraçado que a gente idealiza, idealiza e quando menos percebe... PIMBA! berenice, bateu. estou feliz pela trama dos motivos banais. tantos e tão particulares que desataram mil nós em um segundo: não gostaria de estar em qualquer lugar do planeta senão aqui, sendo euzinha, agora. Tá tudo estranho? Sim. Mas tô amando. Mirando o céu e tendo em minhas mãos o fio que desfaz ou tece o vestido dos dias e noites

.: a flor e a náusea :.

Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias, mercadorias, espreitam-me. Devo seguir até o enjôo? Posso, sem armas, revoltar-me? Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse. Em vão me tento explicar, os muros são surdos. Sob a pele das palavras há cifras e códigos. O sol consola os doentes e não os renova. As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase. Vomitar este tédio sobre a cidade. Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado. Nenhuma carta escrita nem recebida. Todos os homens voltam para casa. Estão menos livres mas levam jornais e soletram o mundo, sabendo que o perdem. Crimes da terra, como perdoá-los? Tomei parte em muitos, outros escondi. Alguns achei belos, foram publicados. Crimes suaves, que ajudam a viver. Ração diária de erro,

.: canto de xangô :.

Eu vim de bem longe Eu vim, nem sei mais de onde é que eu vim Sou filho de Rei Muito lutei pra ser o que eu sou Eu sou negro de cor Mas tudo é só amor em mim Tudo é só amor para mim Xangô Agodô Hoje é tempo de amor Hoje é tempo de dor, em mim Xangô Agodô Salve, Xangô, meu Rei Senhor Salve, meu orixá Tem sete cores sua cor Sete dias para a gente amar Mas amar é sofrer Mas amar é morrer de dor Xangô meu Senhor, saravá! Xangô meu Senhor! Mas me faça sofrer Mas me faça morrer de amor Xangô meu Senhor, saravá! Xangô Agodô!

.: persistência :.

bem amigos, já que escrever é inerente e tentar ser uma pessoa melhor é desafio de toda uma vida, cá estamos, resgatando as raízes e voltando ao eixo. são 11 anos de blog, quase 15 anos de internet e aquele vão gigante entre o querer e o fazer continuou aumentando. é por isso que venho - com mais cara do que coragem, confesso - para dar aquela guinadinha positiva rumo ao encontro comiga. ah, desisti.

.: DEZ anos de blog! :.

Gente... e quando cheguei aqui, eu era apenas "dezenoveanos".

.: ouça seu S2 :.

chegou definindo a forma do meu novo ser, me forçando a desempenhar novos papéis, que envolvam o minhas potencialidades. com tudo diferente na vida, e ansiosa com os próximos passos, não posso afirmar que eu sou a mesma pessoa. E nem quero, viu? lembrar o que realmente gosta, seguir os instintos e realmente embarcar no que SENTE ser seu caminho. fluindo, de maneira natural, diante das luminosas vontades

.: passado :.

engraçado como a gente muda e as coisas ao nosso redor também, automaticamente. depois do inverno chega a primavera. dá um certo arrepio de colher as flores... bate a vontade de parar e observar mais um pouco, tentar sentir o último gostinho daquele que agora que já não é mais. mas a urgência impede meu agora é fui.

:: odoya ::

Estejamos prontos pra navegar Estejamos prontos pra mergulhar A vida é viagem A vida é pra já Odoya, Iemanjá Estejamos prontos pra viajar Estejamos prontos pro quer que seja A vida é viagem A vida é pra já Odoya, Iemanjá

.: fosso :.

talvez sim, talvez não... a gente sabe como é se fosse pensar que viver não é risco já tinha mudado de nome e sumido por aí. mas acontece que não é só risco viver é ponto, vírgula, Verbo. livro escrito em conjunto, materializando platonices de corações aflitos. A esta altura apenas confesso que se soubesse que o lago era fosso, não tinha perfumado a nuca.

:: o (im)perceptível ::

subindo lentamente a pé a brigadeiro numa tarde cinzenta, bolha no pé esquerdo e roupa de ontem. domingo, ressaca, vinho. aproximando-me do cruzamento, visualizei perifericamente um mendigo que se aproximava de mim. como de costume, pairei meu meu olhar através dele como se não o enxergasse. intimamente torci para que houvesse tempo de atravessar a rua e continuar minha vida sem percebê-lo. não deu tempo e o sinal fechou: não havia mais como voltar atrás, éramos somente ele e eu parados na esquina; eu sentindo seu olhar sobre mim. eu continuava propositalmente imóvel ele levantou seu indicador e levemente tocou meu ombro. "estou aqui, não finja", seus olhos me disseram. retribuí desconcertada com o olhar, meu honesto pedido de desculpas. o farol abriu e ele seguiu adiante. eu continuei aqui, na esquina da auto-recriminação.
Aprenda a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você... A idade vai chegando e, com o passar do tempo, nossas prioridades na vida vão mudando... A vida profissional, a monografia de final de curso, as contas a pagar. Mas uma coisa parece estar sempre presente. A busca pela felicidade com o amor da sua vida. Desde pequenas ficamos nos perguntando "quando será que vai chegar? E a cada nova paquera, vez ou outra nos pegamos na dúvida "será que é ele?". Como diz o meu pai: "nessa idade tudo é definitivo", pelo menos a gente achava que era. Cada namorado era o novo homem da sua vida. Faziam planos, escolhiam o nome dos filhos, o lugar da lua-de-mel e, de repente... PLAFT! Como num passe de mágica ele desaparecia, fazendo criar mais expectativas a respeito "do próximo". Você percebe que cair na guerra quando se termina um namoro é muito natural, mas que já não dura mais de três meses.

:: paixonite ::

não sei se esse seu olhar que parece entender tudo - ou o seu telefone sem furos-, mas de alguma forma you've got me baby. ...e aonde foi mesmo que eu perdi o bom-senso e o humor ao me apaixonar por você? nítido constrangimento de me deparar com tal situação faz com que eu tenha vontade, mais uma vez, de virar outra pessoa: aquela que te murcha e afasta. porque vai dar merda, você sabe. porque dói demais interpretar esta que recebe seus afagos discretos como se não importassem, e só importam.

:: fim de caso ::

Int.: C7/9- F7+ D7 Gm7 Eu desconfio que o nosso caso está na hora de acabar D#7+/E A7 Dm7 Há um adeus em cada gesto, em cada olhar G7 C7/9 C7/9- Mas nós não temos é coragem de falar F7+ D7 Gm7 Nós já tivemos a nossa fase de carinho apaixonado D#7+/E A7 Dm7 De fazer versos, de viver sempre abraçados G7 C7/9 D7 Naquela base do só vou se você for Gm7 C7/9 C7/9- F7+ Mas de repente, fomos ficando cada dia mais sozinhos F#º Gm7 Embora juntos cada qual tem seu caminho G7 C7/9 C7/9- E já não temos nem coragem de brigar F7+ D7 Gm7 Tenho pensado, e Deus permita que eu esteja errada D#7+/E A7 Dm7 Mas eu estou, ah eu estou desconfiada G7 C7/9 F7+ (C7/9-) Que o nosso caso está na hora de acabar

:: vida real ::

Ela inseto, ele réptil. Ele roots, ela geek. Ela outono, ele verão. Ele mudo, ela festiva. Ela é dele. Ele nem sonha.

.: o salto :.

Ele era daquele tipo de homem que considera a recusa da cumplicidade como uma condição de erotismo. Ela fora atingida em cheio (nunca soube ao certo o que amava naquele homem, fora a relação que ele propunha nas entrelinhas), mas acabou por sobreviver e acreditava realmente que pudesse tirar algum proveito daquele deserto. Lidar com a imensa e oculta solidão de contar somente consigo mesma ressecava e empobrecia cada vez mais sua superfície de contato com a vida. O cabelo amarfanhou, as unhas escureceram e os dentes - últimos resquícios de dignidade - escapavam-lhe pela boca. O tempo havia passado e toda aquela muralha que havia eficazmente construído com o intuito de fortaleza simplesmente a afastou das possibilidades do além-jardim. O verde florido do mundo externo ousava roçar a base de seus muros, mas nunca mais pôde hidratar suas raízes. Pensava secretamente que quando não se pode contar com quem ama, não há mais ninguém a quem recorrer, mas... Afinal, o que é o amor?
resolveu sumir. isso mesmo. sumir do mundo e da realidade que há pelo menos 20 anos chamava de sua. o mundo lhe vinha somente através dos jornais velhos que os vizinhos descartavam, e do barulho da rua. nunca parou pra pensar no passado e de fato sentia que não tinha absolutamente qualquer vínculo com os dispositivos que usava para reconhecer suas emoções. saiu em um dia chuvoso, depois de muito tempo. buscou um bar, um rosto ou qualquer momento que significasse qualquer coisa. a mesma cenografia, e apesar de os rostos serem outros, continham os mesmos olhares apáticos. apáticos como o seu. correndo pelas ruas, escorregou no meio fio e sentiu claramente o ódio cegar-lhe e entalar em sua garganta. gritou e esmurrou um muro até cansar. enquanto vociferava, mordeu o lábio inferior. estava vivo, era óbvio, ao ver o sangue escorrer pela camisa branca. mas não sentia nada, a dor interior era infinitamente maior do que qualquer rasgo em sua carcaça. - porra! arfando, se deixou toma

.: sambinha do desaforo :.

tirando em pratos limpos, neguinha eu preciso desabafar que amor é coisa bonita e não dá pra maltratar você podia fazer de tudo, neguinha menos me desrespeitar (e tudo mais que tinha de bom) sei que a gente já se estranhou muito em tanto assunto que não dá pra contar mas por conta de muita aguardente você veio quente querendo brigar tentei participar o meu lado você se encheu de raiva e não quis ouvir deu vexame na frente dos outros matou de desgosto até que sumi

:: o baixo astral ::

Enquanto dura o baixo astral, perco tudo. As coisas caem dos meus bolsos e da minha memória: perco chaves, canetas, dinheiro, documentos, nomes, caras, palavras. Eu não sei se será mau-olhado. Pura casualidade, mas às vezes a depressão demora em ir embora e eu ando de perda em perda, perco o que encontro, não encontro o que eu busco, e sinto medo que numa dessas distrações, acabe deixando a vida cair. eduardo galeano - o livro dos abraços

:: concordo que ::

fui cretina quando ofereci a outro o que prometi para você (você descuidou, meu bem) pra habitar meu coração no mínimo, usucapião

:: blanco ::

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me vejo no que vejo como entrar por meus olhos em um olho mais límpido me olho o que eu olho é minha criação isso que vejo perceber é conceber águas de pensamento sou a criatura do que vejo (Blanco, Octavio paz – tradução de Haroldo de Campos)

:: sinto muito ::

cada agora é uma nova memória, e dentre todas as possíveis, insiste em bater na mesma teclinha: mesmo papelzinho amassado com o rabisco da lembrança de quem sempre quis ser, completamente diferente do que realmente é. forçar a crer é diferente de conectar, e eu sei, meu amor, o quão difícil é fingir que ser é algo possível.

.: lucidez :.

A lucidez é um dom e um castigo. Tudo está na palavra. Lúcido vem de Lúcifer, o arcanjo rebelde, o demônio. Também chama-se Lúcifer a estrela d'alva (conhecida também por Vênus), a primeira estrela, a mais brilhante. A última a se apagar. Lúcido vem de Lúcifer, e Lúcifer vem de lux e ferous , que quer dizer "o que tem luz, o gera luz". O que traz a luz que permite a visão interior. Bem e mal, tudo junto. O prazer e a dor. A lucidez é dor, e o único prazer que se pode conhecer - o único que parecerá remotamente com a alegria -, é o prazer da consciência da própria lucidez.
não sabe brincar, não desce pro play