.: dor :.

entramos na sala gelada, cheirando a formol. o coveiro abre a geladeira, e ouve-se o baque surdo da maca no chão.

com o rosto de lado, reconhecemos o brinco, um pedaço dourado num corpo gelado, seco. a carcaça vazia, de uma pessoa que amamos, que conhecíamos. que até dois dias atrás era cheio de vida.

não foi uma morte surpresa, arrebatadora. foi uma morte chorada, pois assim merecia. lembranças de uma vida que se entrelaça à nossa e grava com o toque lúdico o que só os que amamos podem gravar.

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