.: porquês :.

Por afinal eu me pego novamente cutucando
com a agulha de tricô aquela ferida antiga,
vasculhando inescrupulosamente essa dor
que nem tenho certeza ser minha

Mesmo quando passado, não era presente.
Já não era bonito e nem era meu.
Por que, então?

Incansavelmente, repasso a mesma cena,
até sentir o chão rodar e o peito encher de mágoa.
Ranço por nunca optar por estar comigo,
cansaço por nadar em vão nos fatos rasos
que nunca preencheram
minha piscina de bolinhas coloridas.

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