.: parquinho :.

fora as lembranças cotidianas (a casa grande, o cheiro de tinta e principalmente a tonalidade do dia quando ia embora), sua primeira lembrança datava dos 4 anos de idade; e era a lembrança de uma frustração.

numa tarde de primavera, a professora ensinava a uma parte das crianças como fazer colares de flores ou folhas, para que ao terminar pudessem enlaçar um amiguinho preferido com ele.

uma após a outra, as crianças terminavam o colar e iam passá-lo em torno do coleguinha almejado. ao contrário dos outros, não avançava, as folhas arrebentavam-se, tudo destruía-se entre suas mãos.

como explicar-lhes que necessitava de amor? como, sem o colar de folhas?

começou a chorar de raiva, de solidão. a professora não veio ajudar-lhe. quando levantou os olhos, todos tinham ido, e a escola estava fechando.

Comentários

Unknown disse…
Muito bonito e triste, mas ao mesmo tempo se aprende cedo a lidar com a vida real, as perdas e os ganhos, assim aprende-se a lidar com as divergências.... parabens, vc escreve muito bem, sem confentes rs
paula disse…
muuito bom. e são as velhas.. ops antigas lembranças de momentos não tão felizes que nos vêm sempre a lembrança... parabéns pelo texto!