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Mostrando postagens de julho, 2009

:: o (im)perceptível ::

subindo lentamente a pé a brigadeiro numa tarde cinzenta, bolha no pé esquerdo e roupa de ontem. domingo, ressaca, vinho. aproximando-me do cruzamento, visualizei perifericamente um mendigo que se aproximava de mim. como de costume, pairei meu meu olhar através dele como se não o enxergasse. intimamente torci para que houvesse tempo de atravessar a rua e continuar minha vida sem percebê-lo. não deu tempo e o sinal fechou: não havia mais como voltar atrás, éramos somente ele e eu parados na esquina; eu sentindo seu olhar sobre mim. eu continuava propositalmente imóvel ele levantou seu indicador e levemente tocou meu ombro. "estou aqui, não finja", seus olhos me disseram. retribuí desconcertada com o olhar, meu honesto pedido de desculpas. o farol abriu e ele seguiu adiante. eu continuei aqui, na esquina da auto-recriminação.
Aprenda a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você... A idade vai chegando e, com o passar do tempo, nossas prioridades na vida vão mudando... A vida profissional, a monografia de final de curso, as contas a pagar. Mas uma coisa parece estar sempre presente. A busca pela felicidade com o amor da sua vida. Desde pequenas ficamos nos perguntando "quando será que vai chegar? E a cada nova paquera, vez ou outra nos pegamos na dúvida "será que é ele?". Como diz o meu pai: "nessa idade tudo é definitivo", pelo menos a gente achava que era. Cada namorado era o novo homem da sua vida. Faziam planos, escolhiam o nome dos filhos, o lugar da lua-de-mel e, de repente... PLAFT! Como num passe de mágica ele desaparecia, fazendo criar mais expectativas a respeito "do próximo". Você percebe que cair na guerra quando se termina um namoro é muito natural, mas que já não dura mais de três meses.

:: paixonite ::

não sei se esse seu olhar que parece entender tudo - ou o seu telefone sem furos-, mas de alguma forma you've got me baby. ...e aonde foi mesmo que eu perdi o bom-senso e o humor ao me apaixonar por você? nítido constrangimento de me deparar com tal situação faz com que eu tenha vontade, mais uma vez, de virar outra pessoa: aquela que te murcha e afasta. porque vai dar merda, você sabe. porque dói demais interpretar esta que recebe seus afagos discretos como se não importassem, e só importam.